Setembro Amarelo: mês de prevenção ao suicídio
Atualizado: 8 de set. de 2021
Por que o mês de setembro tornou-se um momento dedicado à conscientização da valorização da vida

Nos últimos anos o mês de setembro tem ganhado uma tonalidade diferente, sendo chamado simbolicamente de Setembro Amarelo. Mas você sabe qual a sua origem?
O Setembro Amarelo tem sido reconhecido como o mês de combate e prevenção ao suicídio não apenas no Brasil, mas em várias partes do mundo. No Brasil, apesar de ser lembrado pela Associação Brasileira de Psiquiatria, não é oficialmente reconhecido por meio de lei federal, como acontece com o Outubro Rosa.
O começo de tudo
A origem do Setembro Amarelo aconteceu em 1994 nos Estados Unidos, quando Mike Emme, um rapaz de 17 anos, cometeu suicídio, impactando a família que não havia percebido os indícios de depressão ou qualquer problema com ele. Mike gostava muito de amarelo e pouco tempo antes havia feito uma reforma e pintado de amarelo seu Mustang 68. Na cerimônia de velório, sua família e amigos fizeram uma cesta com muitos cartões enfeitados de fitas amarelas em sua homenagem, nos quais estava escrito "se você precisar, peça ajuda”. Logo esses cartões viralizaram no país e conseguiram ajudar muitas pessoas que estavam passando por momentos difíceis, surgindo, assim, a campanha “Yellow Ribbon” (fita amarela) organizada pelos pais de Mike.
A história de Mike Emme ficou mundialmente conhecida e mobilizou várias organizações de saúde a refletirem sobre o assunto, inclusive a ONU que em 2003 instituiu o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio como sendo o dia 10 de setembro, fazendo alusão à data do falecimento de Mike e a cor amarela para representar a importância de falar sobre o suicídio e possibilidades de prevenção. Atento às discussões de saúde internacional, o Brasil iniciou a campanha em 2015, e nos últimos anos o debate sobre os casos e possibilidades de cuidado tem ganhado ainda mais voz.
O tema que a campanha nacional traz é “falar é a melhor solução”, revelando assim a importância da quebra de tabu sobre o suicídio e possibilitando que mais pessoas possam conversar abertamente, evitando mais mortes em decorrência do suicídio.
Dados sobre o suicídio

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), uma pessoa comete suicídio a cada 40 segundos no mundo. É um número alarmante e que preocupa autoridades, famílias e a sociedade como um todo. O Brasil ocupa o 8º lugar no ranking mundial, ficando atrás de Índia, China, Estados Unidos, Rússia, Japão, Coreia do Sul e Paquistão. No Brasil, o suicídio mata mais que a Aids e a maioria dos tipos de câncer. O estado do Rio Grande do Sul é onde se concentra o maior número de casos.
Assim como Mike Emme, muitas pessoas ainda sentem dificuldade de expressar seus problemas e pedir ajuda. Em vista disso, seguem alguns sinais que podem identificar as ideações suicidas:
Mudanças repentinas de humor;
Frases e atitudes que expressam desesperança (‘nada faz sentido’, ‘não vale a pena viver’, ‘é melhor morrer’);
Uso abusivo de álcool e outras drogas.
Causas de pensamentos suicidas
A maior causa de pensamentos suicidas tem relação com adoecimento mental. Infelizmente, a situação de pandemia trouxe um agravamento dos casos e também levou outras pessoas a adoecer. Por isso, é importante ter atenção redobrada em relação às condições de saúde mental e bem estar. Atitudes empáticas como conversar e dar atenção podem salvar vidas.
Essas são apenas dicas para te ajudar a perceber se há algum indício e como proceder. Mas sempre que houver alguma suspeita, seja com você ou com algum familiar, é muito importante que se busque ajuda profissional, pois a ONU estima que cerca de 90% dos casos consumados de suicídio poderiam ser evitados.
Prevenção
Como parte da prevenção ao problema, ONGs, associações, médicos e instituições religiosas têm se esforçado para propagarem campanhas de conscientização e também oferecem apoio à pessoas que enfrentam o problema.

Caso você esteja passando por algum momento difícil ou encontre-se com problemas emocionais pode ligar para o CVV Centro de Valorização da Vida, fundado em São Paulo, em 1962; é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como de Utilidade Pública Federal, desde 1973; presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção ao suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato.
Os contatos com o CVV são feitos pelos telefones 188 (24 horas e sem custo de ligação), pessoalmente (nos mais de 120 postos de atendimento) ou pelo site www.cvv.org.br, por chat e e-mail. Nestes canais, são realizados mais de 3 milhões de atendimentos anuais, por aproximadamente 4000 voluntários, localizados em 24 estados mais o Distrito Federal.
Outra forma de ser ajudado é fazendo contato com a Asped, pois a instituição oferece atendimento psicológico com um valor mais acessível, e dependendo da situação, pode chegar à gratuidade. Fique atento aos sinais e assim como diziam os cartões com fitas amarelas: "se precisar, peça ajuda!".

Live Asped sobre o tema
Se você deseja saber mais deste assunto através de especialistas, assista a Live do Diálogos em parceria da Asped com a 8ª Igreja Presbiteriana que acontecerá no dia 15 de setembro de 2021, quarta-feira às 19h30, pelo canal do Youtube. O tema será “Você não está sozinho”, e os convidados deste bate-papo serão:
Jorge Mireles, pastor presbiteriano, formado pelo Seminário Presbiteriano do Sul - Campinas-SP. Psicanalista, membro da Associação Mineira de Psicanálise.
Priscila Amâncio, psicóloga clínica formada pela Pitágoras, especialista em Terapia Cognitiva Comportamental e Sexualidade.
Rose Mari, psicóloga formada pela Unitri, voluntária no Grupo Mães Intercessoras.
Cáritas Mendonça, Assistente Social. Pós-graduada em Gestão de Pessoas, Terapia Familiar. Atualmente desenvolve o serviço social na Asped.
Ative o lembrete, divulgue e participe. Essa é uma iniciativa de valorização à vida. Os convidados estarão respondendo perguntas enviadas pelo Chat.
