6 Dicas para adaptação escolar das crianças pós-pandemia
Os cuidadores podem contribuir muito para que a volta às aulas seja experienciada de forma mais leve e agradável pelas crianças

Durante a pandemia a tradição de estudar no espaço escolar foi temporariamente substituída pela inovação do ensino remoto. Tal mudança gerou uma constante adaptação dos professores e pais para os estudantes continuarem com as aulas mesmo em meio a tanta insegurança.
Essa mudança de paradigma trouxe consequências diretas no envolvimento de todos participantes do processo de ensino e aprendizagem: a instituição de ensino, os professores, os pais e os alunos.
A partir do avanço da vacinação contra a COVID - 19 e a estabilização mínima do número de casos, as escolas abrem as portas para o tradicional ensino presencial depois de dois anos, com abertura à novas adaptações.
Somando as readaptações do ensino às mudanças da rotina mais livre das férias para a rotina escolar, o retorno às aulas pode não ser vivido com muita felicidade por muitas crianças, mas, mesmo que seja difícil para os pequenos, essa adaptação pode ser experienciada de uma maneira mais leve.

Para te ajudar nessa tarefa separamos aqui 6 dicas:
1) Seja Empático
Como você mesmo lida com mudanças?
A palavra mudança pode arrepiar muitos adultos crescidinhos, imagine as crianças?! O desenvolvimento pessoal acontece a partir de pequenas mudanças gradativas. Esse conjunto de mudanças é chamado de processos.
Como é possível incentivar o processo de adaptação?
Pergunte! Pergunte para sua criança sobre a expectativa da volta às aulas; conte experiências positivas da sua vivência escolar; confidencie características da escola e do ensino de seu tempo.
É importante salientar que algumas crianças pequenas ainda não perceberam que o papai e a mamãe não nasceram grandes, então, conte que você também foi uma criança que foi à escola. Conte também os benefícios dessa experiência na sua vida “de gente grande”.
Mostre um pouco de flexibilidade e demonstre que entende as dificuldades delas, por exemplo, que não é fácil acordar cedo, mas é necessário.
2) Planejamento de uma rotina saudável
Você já parou para pensar que a volta às aulas já está sendo planejada desde o ano anterior?
O planejamento do retorno escolar começa quando perguntas essenciais são respondidas: onde a criança vai estudar, em qual turno a criança vai estudar, como vai acontecer o transporte dela, dentre infinitos exemplos que seria possível citar.
Então, quando se aproxima a data do início das aulas fica mais evidente esse planejamento. Compartilhar com a criança o planejamento da sua nova rotina ajuda na segurança dela e aumenta a confiança nesse novo tempo que a espera.
Quais são os novos horários? Houve mudança de turno? Qual vai ser a hora de brincar? E sim! A hora de brincar é essencial para que a criança não sinta que está sendo punida ao ir para escola ao invés de estar imersa no mundo da brincadeira. Muitos aspectos emocionais e cognitivos podem se desenvolver através do brincar.

Uma sugestão para um planejamento saudável é desenvolver com a criança um checklist de tarefas que precisam ser feitas na semana anterior do retorno à escola para que ela comece a se organizar mentalmente para a sua nova rotina.
3) Aprendendo a usar palavrinhas
Muitos adultos pensam que as crianças pequenas não entendem situações mais complexas, de fato, se ninguém explicar esse mundo tão grande e cheio de coisas fica difícil de entender todos os movimentos que envolvem o retorno à escola.
No entanto, mesmo que as crianças não entendam (por ausência de explicação) elas sentem. Sentem o desconforto, sentem o cansaço, sentem a mudança e essas situações precisam ser colocadas em palavras para que elas consigam absorver as situações que as envolvem.
Esse processo pode ser chamado de "aprendendo a usar as palavrinhas”. Os pequenos passam pelo processo de aprendizagem do uso das palavras, mas os cuidadores também precisam usar as palavrinhas simples para transmitirem à ela, por exemplo, o porquê ela vai estudar em determinada escola, quem vai leva-lá e busca-lá, para que a criança não esteja alienada do que ocorre com ela.
Na verdade, a indicação de uma comunicação plena ajuda em todas as outras dicas, assim possibilitará que a criança se desenvolva emocionalmente e socialmente, podendo expressar suas necessidades e opiniões.
4) Incentivo
Ah não!! as aulas já voltaram?
A percepção de tempo para as crianças muitas vezes é diferente da percepção dos adultos. Porém as aulas não precisam ser motivos de pesar ou tristeza. Talvez seu pequeno goste de determinada figura pública e essa pode ser uma imagem a ser buscada por ele. O famoso “vou ser como ele quando crescer”.
Uma sugestão muito interessante é pegar algo da rotina da criança para mostrar o quão legal pode ser a escola. Por exemplo: uma criança que gosta muito de animais, os pais podem contar que quando ela crescer mais um pouquinho, ela estudará os vários tipos de bichinhos que existem. Nesse sentido é importante pensar com a cabeça da criança mas, agir como um adulto!
Para além da questão do ensino, quantas vezes você já ouviu “a Maria é minha amiga desde a escola”. A escola é um dos principais ambientes de socialização das crianças e a formação de laços pode ser um grande aliado quando as resistências aparecem.

5) Envolva seu pequeno
Quando existe alguma coisa que diz respeito a você, será que você fica curioso para saber do que se trata?
Provavelmente sua resposta é afirmativa, e por isso é interessante contar aos pequenos as decisões que lhes digam respeito. Mesmo que a palavra final seja sua, dê esse espaço de fala e discussão (dica importante para criar vínculos e ajudar na fase da adolescência).
Convide as crianças para participarem da compra dos materiais, pergunte o que ela acha da nova escola. Faça com que ela se sinta uma protagonista nesse processo, pois afinal é dela que se trata.
6) Todo cuidado importa
Ensine a criança sobre a importância de sempre lavar as mãos e permanecer de máscara como forma de se cuidar e também, respeitar o próximo.
É importante destacar alguns pontos de atenção que os pais e professores precisam focar:
- A criança está em fase de escolarização?
O processo de escolarização é a primeira experiência de frequentar a escola, que envolve, muitas vezes, um primeiro afastamento do ambiente familiar e consequentemente dos pais. Por isso, é um processo que pede maior atenção e cuidado por parte dos pais, cuidadores e professores no processo adaptativo.
O retorno das aulas será em uma escola nova?
Se durante esse tempo de pandemia os pais matricularam o filho em uma escola nova, a criança também precisará se adaptar ao novo ambiente. Os pais e cuidadores sempre podem ajudar nesse processo. Atitudes como levar o filho para conhecer o espaço físico e os professores antes do início das aulas ajudam a criança a se sentir mais confiante com a nova instituição.
Perceba a criança!
É importante estar atento às mudanças comportamentais que a criança possa apresentar. Se o processo de adaptação escolar estiver muito difícil para ela, talvez seja necessário uma ajuda especializada, como ajuda psicopedagógica ou psicológica.
Quem está com dificuldades de adaptação?
Por vezes, quem sente maior dificuldade são os cuidadores, ainda mais depois desse intensivo tempo com os filhos em casa. Os hábitos mudarão, os pais e responsáveis também precisarão cuidar de si para conseguirem oferecer suporte aos filhos.
Cada criança (e cada adulto) possui seu próprio ritmo de adaptação e por isso é importante estar atento em quaisquer sinais que ela venha apresentar. Mas, se o retorno estiver muito difícil para seu pequeno procure ajuda, você não precisa passar por isso sozinho.
A Asped possui parceria para te auxiliar com esse processo adaptativo dos pequenos. Temos um projeto de aulas de reforço escolar com preço social para atender a comunidade.
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